É difícil encontrar representações da maternidade nas mídias que escapem da narrativa cristã-colonial da família e do lugar da mãe. É difícil encontrar produções que se proponham a fazer discussões relevantes para mulheres LBT e mães.
Onde estão as mães lésbicas e bissexuais pretas, indígenas, de quebrada? Onde estão as mães trans (sem serem representadas por trans fake ou em histórias bizarras)? Onde estão as tentativas de construção de laços e afetos para além da imposição cristã, colonial e monogâmica de organização familiar?
Precisamos de histórias sobre aquelus que gestam, criam e cuidam, incluindo homens trans e pessoas não binárias, incluindo famílias que não garantem a passagem do ideial de família cristã adiante, incluindo as mães solo, mães de terreiro, mães sem laços sanguíneos.
Esse texto é um breve desabafo diante da escassez de material sobre uma maternidade e uma família que desafiem o sistema cishetero e branco. É claro que existimos, mas também precisamos ser visto e ouvidos, que nossas aparições não sejam em apenas histórias tristes e macabras. Que nossas histórias não sejam contadas como reproduções incompletas da "verdadeira família".
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