Esse será um texto breve, apenas para abrir o debate acerca da imposição colonial que discursos científicos e eurocêntricos produzem sobre saberes de outros povos.
Como já busquei ressaltar em uma série de posts, discursos médicos muitas vezes se contrõem junto com ideais colonialistas, racistas e cisheteronormativos. Assim, muitas trata-se como doença o que simplesmente disside, o que é desconhecido para um certo grupo.
É o tipo de pensamento que produz a lógica manicomial, que patologiza pessoas lgbti+ e deslegitima saberes ancestrais de povos indígenas e africanos.
Se há interesse real em construir uma saúde antirracista, a saúde precisa ser contra colonizada. As perspectivas precisam expandir, é preciso ouvir pajés e yalorixás. Não é sobre apropriação, utilizar saberes fora de seus contextos ou usá-los para fins individualistas, sem fortalecer os povos e territórios de onde vieram.
Contra colonizar a saúde é construir junto, que diferentes perspectivas sejam consideradas ao pensar cuidado, que ouvir vozes não seja só sobre loucura, que alopatia não seja o único recurso acessível e saúde não seja sinônimo de adaptação a sistemas adoecidos.